Transtorno de Estresse Pós-Traumático

- Distúrbios Mentais

As experiências traumáticas ocorrem no mundo atual com muita frequência, sob a forma de enchentes, desabamentos decorrentes de fenômenos da natureza, de guerras, de violência familiar, de assaltos, sequestros, de abuso sexual infantil, de estupros.

Um indivíduo que presencia um acontecimento como estes citados pode apresentar após a experiência traumática, revivências do trauma, através de sonhos, imagens ou flashbacks. As imagens são vívidas, como se a situação estivesse acontecendo novamente, o que causa muito sofrimento.

Com o objetivo de evitar o sofrimento a pessoa começa a evitar as situações que possam desencadear lembranças do trauma e evitam falar sobre o mesmo.

A gravidade da situação, sua duração e proximidade são os fatores mais importantes para o desencadeamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático.

É classificado como agudo o TEPT no qual os sintomas têm uma duração inferior a 3 meses. Crônico quando a duração é superior a 3 meses, e de início tardio, quando o início dos sintomas só ocorre após 6 meses do evento traumático.

Entretanto, nem todas as pessoas que passam por essas experiências desenvolvem o Estresse Pós-traumático (TEPT). Assim, conhecer os fatores de vulnerabilidade para o transtorno é essencial para a sua prevenção e tratamento. É importante ressaltar que o início dos sintomas pode não ocorrer imediatamente após a situação traumática, podendo em algumas situações decorrer meses entre a experiência desencadeadora e o aparecimento dos sintomas.

Os eventos traumáticos que podem levar ao desenvolvimento do transtorno podem ser:

· Situações de combate;

· Sofrer agressão física ou sexual;

· Assalto, roubo, sequestro;

· Atos terroristas;

· Ser refém;

· Ser submetido à tortura;

· Vivenciar catástrofes naturais;

· Sofrer acidentes automobilísticos;

· Receber diagnóstico de doença muito grave;

· Outros.

Estudos sugerem que 2 a 5 % da população mundial apresentará TEPT ao longo da vida. Ao longo de nossas produções, já explicamos o funcionamento instintivo de proteção do ser humano (ver Ebook sobre ansiedade). Diante de situações inesperadas agimos de diferentes formas, alguns paralisam enquanto alguém é agredido, por exemplo, outros barganham calmamente com assaltantes, outras pessoas ficam extremamente agressivas quando perdem um ente querido. Resumindo, cada pessoa tem uma reação diferente frente a um mesmo estímulo. O que faz com que algumas pessoas (em torno de 10%) desenvolvam um transtorno após vivenciar uma situação traumática?

Não se sabe ao certo o que determina se uma pessoa desenvolverá TEPT após um evento traumático, mas alguns fatores de risco já foram identificados pelos pesquisadores. Um estudo de revisão realizado por Brewin e colaboradores, em 2000, verificou alguns fatores de risco como: gênero feminino; baixa idade; histórico de doença psiquiátrica; gravidade do evento traumático; baixo apoio social; ocorrência de outros eventos estressantes após o evento traumático; entre outros. Outro fator que pode contribuir com o desenvolvimento do TEPT é a capacidade de enfrentamento percebida pelo indivíduo durante o evento traumático.

Já a resiliência (capacidade de superar adversidades) e apoio social recebido após o evento são fatores de proteção posteriores ao trauma que contribuem para o não desenvolvimento da doença. Estudos mostram que pessoas que passaram por um trauma e logo depois se submeteram a um tratamento para estimular a resiliência, desenvolveram índices menores de depressão do que as que não foram submetidas a um tratamento. A resiliência inclui a capacidade de solucionar problemas, responsabilidade, autoestima, independência, bem-estar, iniciativa, bom humor, apoio social, entre outros. Portanto, se conhece alguém ou se você já passou pro um trauma e entende que alguns dos fatores acima que podem favorecer o desenvolvimento da doença são fatores que fazem parte da sua vida, não hesite em procurar ajuda, tanto para prevenir, quanto para tratar algo já instalado.

A Terapia Cognitivo-Comportamental apresenta eficácia comprovada no tratamento do TEPT, sendo considerado o tratamento de primeira escolha. O tratamento pode contar com técnicas tais como: psicoeducação, reestruturação cognitiva, relaxamento, exposição invivo e imaginária.

A utilização destas técnicas objetiva identificar, avaliar e modificar crenças disfuncionais e expor o paciente a situações e lembranças que ele evita por considerá-las perigosas, mas que em realidade não são.

Para mais informações, entre em contato conosco ou ligue para (41) 3117- 4546 / (41) 99165-4545 e agende sua consulta com nossos especialistas.

Cristiana Almeida
CRP 08/17573

© 2021 Espaço Konsenti | Todos os Direitos Reservados

Desenvolvido por Agência S3