Impulsividade e Autocontrole

- Assuntos Emergentes

Todos nós já nos vimos em situações nas quais agimos de maneira impulsiva. Comumente, o termo impulsividade é usado para denominar comportamentos que foram realizados sem o devido cuidado, “sem pensar”.

Por exemplo, quando pessoas comem alimentos pouco saudáveis, mesmo tendo problemas de saúde; quando pessoas assumem comportamentos sexuais de risco; quando se engajam em atividade de lazer em detrimento das obrigações de estudo e trabalho, e por aí vai. São inúmeros os exemplos. Além disso, a impulsividade é usada como critério diagnóstico para alguns transtornos psiquiátricos. Também está presente nos comportamentos voltados às dependências, em jogos e em drogas psicotrópicas. Dessa forma, falar sobre o tema se mostra importante, porque parece que ela afeta várias áreas de nossas vidas.

Até agora falamos de como a impulsividade é denominada usualmente, no senso comum. Que tal falarmos um pouco a partir da perspectiva da psicologia? Os comportamentos ditos impulsivos então são aqueles que são emitidos tendo em vista reforçadores imediatos, de baixa magnitude, que provavelmente serão acompanhados de uma consequência aversiva depois. Ou seja, são os comportamentos que os indivíduos apresentam tendo em vista uma recompensa imediata, que pode ser de valor menor, quando comparada a recompensa a longo prazo, que acarreta danos e prejuízos. Podemos usar como exemplo a ingestão de bebida alcoólica. As consequências positivas de beber são imediata: validação social, desinibição para se engajar em conversas, etc. No entanto, provavelmente, no dia seguinte a pessoa pode acordar indisposta, com ressaca. Essas seriam as consequências aversivas atrasadas.

É possível dizer que ao lado oposto dos comportamentos de impulsividade, existe o autocontrole. Este termo é usado para descrever situações nas quais os indivíduos controlam o seu comportamento, manejando o ambiente, quando estão diante do conflito entre fazer o que é imediatamente prazeroso, mas de menor magnitude e/ou acompanhado de situação aversiva atrasada ou optar por comportamentos que possam acarretar em consequências reforçadoras de maior magnitude, só que a longo prazo.

Nos parece então que comportamentos de autocontrole são imprescindíveis para a vida. Em muitos momentos optamos por aquilo que não gostamos tanto de fazer, tendo em vista as consequências positivas que teremos. Por exemplo, muitos adolescentes não gostam de estudar, mas mesmo assim estudam, pensando no que poderão ser quando se tornarem adultos.

Sendo assim, podemos dizer que uma resposta a impulsividade, é o autocontrole. Claro, não é fácil. Mas, tenho uma boa notícia. O autocontrole, segundo Skinner, é considerado um comportamento operante, instalado em nós a partir de nossa história. Isso significa que podemos aprender a nos comportar de forma autocontrolada.

Luiza Chamma Gomes Fernandes da Silva
Psicóloga do Espaço Konsenti | CRP 08/25668

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