O tempo do tempo

- Saúde e Bem Estar

Não sabemos quanto tempo a vida tem, mas é certo que qualquer que seja, precisa ser bem vivido. Para aqueles que estão a viver, todos nós, este texto se dedica.

Neste sentindo, observa-se que o número de pessoas idosas tem aumentado, tanto em nível governamental quanto pessoal e há dificuldades e/ou despreparo em lidar com o envelhecimento.

Disse Skinner (1985) que “uma boa época para se pensar sobre a velhice é a juventude, porque então é possível melhorar as chances de vir a vivê-la bem quando chegar. Se você planeja passar o restante de sua vida em outro país, terá de aprender o máximo possível sobre ele, deverá ler sobre o clima, o povo, a história e a arquitetura desse país. Precisará aprender um pouco sobre a língua falada nesse país. A velhice é, em parte, como um outro país. Você poderá viver bem lá, se se preparou com antecedência”.

Assim, precisamos olhar com mais cuidado para a fase da velhice, considerando que todos estamos envoltos pelo processo de envelhecer. Olhando com cuidado e atenção para esse momento da vida e buscando saber mais sobre o mesmo estamos a compreender efetivamente melhor o período que possivelmente alcançaremos e do qual alguns a nossa volta se encontram.

Envelhecer é deparar-se com as limitações do tempo e o modo com que isso é interpretado pela pessoa esta estritamente ligado a sua visão de mundo, então muito do modo como a pessoa interpreta a velhice influenciará no modo em como ela a viverá. Disto decorre a importância de olharmos para nossa interpretação de envelhecimento em vista de tornar o próprio processo pleno para quem o vive.

É na velhice que algumas variáveis tomam proporções gigantescas, por exemplo: a pessoa sente-se mais próxima a finitude humana, as limitações físicas tornam-se presentes, há dores quase que constantes, o silêncio é companhia frequente, a rede de apoio nem sempre é fortalecida, as amizades podem ser mais escassas, a motivação modifica, a sexualidade torna-se ainda mais tabu, a perda se faz maior, se vão pessoas com quem se conviveu a vida toda, e dentre muitas outras questões que são presença no envelhecer.

Certamente todas essas variáveis então relacionadas com aspectos psicológicos e a grande questão disso tudo é compreender como muitas dessas situações fogem do controle da pessoa, mas a forma como ela interpreta seu envelhecimento está boa parte em suas mãos. Não dá pra evitar muitas dessas situações, mas se pode aprender a conviver com elas da melhor maneira possível, mas a melhor maneira possível é particular de cada indivíduo, por isso se recomenda a psicoterapia, onde a pessoa poderá conhecer melhor a si mesma e descobrir a dor e a delícia de seu próprio envelhecer.

Então, se você tem a oportunidade de preparar-se para a velhice não a desperdice, busque hábitos de vida saudáveis, dentre os quais está conhecer a si mesmo, através da psicoterapia por exemplo.

Mas caso você já esteja vivendo esse período, tendo ou não a chance de se preparar para este, afirmamos, não desperdice sua velhice. Cultive também hábitos de vida saudáveis, peça ajuda e lembre-se nunca é tarde para se reencontrar, busque a psicoterapia. 

Laís BandeiraPsicóloga

CRP 08/23696

Referência: SKINNER, B. F. Viva bem a velhice: aprendendo a programar a sua vida. Sao Paulo : Summus, 1985.

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