O terror das crises de pânico

- Distúrbios Mentais

O transtorno de pânico é uma das doenças mais paralisantes e angustiantes.

Por seus sintomas físicos serem tão reais, geram naqueles que possuem essa doença um terror absoluto. O ataque de pânico passa a ser um constante medo de sentir medo!

Geralmente até que o paciente descubra que seu diagnóstico é este transtorno e que entenda que existe tratamento, ele passa por muitos hospitais, médicos, exames, que duram por muitas vezes anos, fazendo com que o terror só aumente.

Afinal, imagine sentir algo e ninguém conseguir te explicar o que é?

Os episódios de pânico geralmente são marcados por taquicardia, sensações de falta de ar, tremores, sudorese, tonteiras, vertigens, náuseas, formigamentos, etc., porém todos estes sintomas possuem uma explicação.

É por meio da psicoeducação que iniciamos o tratamento de pacientes com pânico. É fundamental a compreensão de que após um primeiro episódio de pânico passamos a interpretar e distorcer sintomas de maneira catastrófica. Por exemplo: Uma pessoa desmaia dentro do ônibus por motivos desconhecidos (calor, desnutrição, gripe), o fato de sem mais nem menos cair, estar “desprotegido” é bastante assustador, portanto a pessoa passa a se preocupar com a possibilidade disso acontecer novamente, redobra sua atenção nos sintomas do seu corpo e fica em estado de alerta.

Mas fisiologicamente o que é estar em estado de alerta?

Temos em nosso cérebro um dos mecanismos mais primitivos, que é o de luta ou fuga, assim como todos os outros animais, ao sinal de perigo automaticamente ativamos esse mecanismo e precisamos agir. Para lutar ou fugir, nosso corpo precisa se preparar, portanto, nosso coração bate mais rápido para bombear mais sangue para o corpo, suamos para que ocorra o resfriamento do nosso corpo, sentimos desconforto abdominal, pois para enfrentar o perigo o nosso organismo desativa sistemas “menos importantes” para o momento, e assim por diante. Mas quem disse que ao sentir o nosso coração acelerar pensamos nisso? A primeira leitura é de que estamos tendo um ataque cardíaco, e que algo grave irá acontecer. Passamos então a entrar em um ciclo onde, eu interpreto algo como ameaçador, meu cérebro responde de maneira a me proteger e os sintomas causados por essa defesa me geram mais medo e angustia. Ufa! Complicado né? No inicio parece sim muito complicado, mas é justamente a compreensão de todo esse mecanismo de funcionamento do pânico que nos permite ajudar os nossos pacientes e que de uma maneira relativamente “simples” ajuda a tratar essa doença. Existem claro outras explicações, e outras questões que envolvem a compreensão da doença e que utilizamos no tratamento, mas para o momento e para este texto, acredito que entender o que discutimos acima já é de grande ajuda!

Técnicas de relaxamento e respiração também fazem parte do trabalho desenvolvido com pacientes de Pânico. A seguir apresento uma delas, a Respiração Diafragmática, extremamente útil em patologias de Ansiedade:

RESPIRAÇÃO DIAFRAGMATICA: Como fazer?

O terror das crises de pânico

· Coloque-se de forma confortável sentado ou deitado;

· Coloque a mão no abdômen (barriga) próxima ao umbigo;

· Feche os olhos e concentre-se em sua respiração;

· Inspire pelo nariz e encha os pulmões de ar, leve-o até o abdômen, percebendo que ele se movimenta. Você pode imaginar que está enchendo uma bexiga que está dentro de sua barriga. Ao inspirar conte até quatro (mentalmente) para que o pulmão e o abdômen fiquem expandidos;

· Retenha o ar por dois tempos (conte até dois mentalmente), mantendo a barriga e os pulmões cheios;

· Expire lentamente pela boca, contando até cinco, esvaziando completamente o pulmão e o abdômen;

· Reinicie os movimentos após reter os pulmões vazios por dois tempos;

Procure efetuar os movimentos respiratórios de tal forma que haja pouco movimento torácico (movimento do peito) e mais movimentos abdominais (movimento de barriga).

Repita dez vezes a respiração ou pratique por aproximadamente três a cinco minutos. Caso você sinta tontura ou veja “bolinhas” ao abrir os olhos, saiba que isso é normal e vai desaparecer. Isso acontece porque o cérebro recebe mais oxigênio do que está acostumado, mas é interessante ir adaptando o ritmo de forma que fique confortável e não gere sensação de náusea.

É importante que você aprenda a fazer a respiração treinando-a pelo menos uma vez ao dia para ir acostumando seu organismo e torná-la, aos poucos, mais automática.

Obrigada, e se tiverem duvidas fiquem a vontade para perguntar!

Para mais informações, entre em contato conosco ou ligue para (41) 3117- 4546 / (41) 99165-4545 e agende sua consulta com nossos especialistas.

Cristiana Almeida
CRP 08/17573

Psicóloga do Espaço Konsenti

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